trabalhar por conta própria
depois de um ano, algumas observações
Já faz mais de um ano que comecei a trabalhar por conta própria e acho um período bom pra fazer uma análise do que é melhor, do que é pior e do que é apenas diferente nessa rotina. Spoiler: tá sendo muito melhor do que eu esperava.
Como talvez caia nesse post alguém que não me conhece ou não acompanhou a história, acho que vale uma introdução rápida. Sou designer, trabalhei em algumas empresas da área e no meio do ano passado resolvi pedir as contas do meu último emprego para trabalhar como freelancer. Nesse período também fortaleci minha parceria com o Guilherme e nosso estúdiodeixou de estar em nosso segundo plano pra ser quase nossa única dedicação profissional.
Dada a introdução, vamos às considerações:
ESTOU TRABALHANDO MENOS
É isso mesmo. Por mais que de vez em quando eu tenha que trabalhar à noite, aos fins de semana, aos feriados, e em períodos que a maioria das pessoas está de folga, de um modo geral eu trabalho menos. Parece um ultraje falar isso numa época em que se ouve tanto que “você trabalha bem mais quando abre a própria empresa” e outras verdades absolutas sobre empreendedorismo, mas me sinto na obrigação de declarar que na segunda-feira, por exemplo, costumo pegar no batente só depois do almoço, e em outros horários que eu estaria dentro de um escritório, estou brincando com meus cachorros ou às vezes esticando o almoço por umas 3 horas.
ESTOU GANHANDO MAIS
Embora outros custos tenham entrado na conta, como estacionamento quando vou pra uma reunião, almoço fora de casa e o próprio pagamento da manutenção da empresa, o fato é que colocando na balança estou ganhando mais dinheiro do que quando era assalariado.
NÃO TENHO ROTINA
Eu gosto disso, portanto esse é um tópico que pra mim é positivo. O Waze, por exemplo, nunca adivinha pra onde estou indo. Tem semana com reunião todos os dias, tem semana que não coloco o pé fora de casa, tem semana que passo uns dias no Guilherme, outros na Milena, tem semana que acordo muito cedo todos os dias, tem semana que acordo tarde e trabalho até tarde todos os dias… acho que deu pra entender.
POSSO TOCAR PROJETOS PESSOAIS
Sejam eles relacionados a trabalho ou não, tenho bem mais tempo para me dedicar a atividades que me dão prazer e experimentar coisas novas (que, de vez em quando, são aplicadas em trabalhos reais).
(QUASE) NÃO PEGO MAIS TRÂNSITO OU TRANSPORTE LOTADO
Claro que tem compromissos cujo horário eu não posso escolher, mas quando cabe a mim, sempre opto por horários alternativos (e isso faz uma puta diferença). Também posso ir ao banco ou realizar outras atividades particulares sem me preocupar em atrasar a volta do horário do almoço.
NÃO SEI QUANTO VOU GANHAR NO FIM DO MÊS
E isso não é muito legal. Dá pra ter uma média e tem algumas previsões de pagamentos agendados, mas de um modo geral, às vezes vem mais que o previsto, e às vezes vem menos. Tem que ter um pouco de sangue frio nessas horas.
O TRABALHO CHATO TEM QUE SER FEITO
Seja ele pagar as contas da empresa, fechar arquivos pra impressão, cuidar da burocracia que pode ser receber o pagamento por um trabalho, ligar pra agendar ou reagendar reuniões, toda e qualquer atividade relacionada à empresa tem que ser feita por mim (ou dividida com o Guilherme).
É LEGAL TER UM CLIENTE FIXO
Tenho um cliente muito legal onde trabalho uma vez por semana. Isso é bom por vários motivos: eu converso com pessoas interessantes, tenho uma receita mais ou menos fixa, desenvolvo trabalhos diversos e faço algo que adoro, que é ter um trabalho contínuo para um cliente. Pra dar um exemplo, criei a identidade visual de um evento mensal que eles realizam, e desenvolvo todas as peças que esse evento precisa ao longo das edições. Esse tipo de continuidade é algo que prezo muito e que me realiza bastante profissionalmente.
Enfim, essas são algumas observações sobre minha experiência como freelancer e sócio de um estúdio de design. Espero que sejam úteis pra quem pensa em abrir um negócio. ☺ Mais pra frente pretendo escrever sobre a experiência específica da sociedade com o Guilherme em um post, e sobre a experiência com o Visitei em outro.